Pular para o conteúdo principal

O cafofo do meu pardieiro.

Ainda bem que o tempo voa! E semana que vem já estaremos completando um mês de moradia no cafofo! Sabe, até que não está ruim... tirando o sobe e desce das escadas, a falta de espaço, a poeira do cimento, o calor das noites abafadas, a caldeira das tardes ensolaradas, a barulheira chata das máquinas pesadas e todo inferno que envolve as obras e reformas... até que tá maneiro!

Quer dizer, maneiro, maneirão assim, claro que não! Mas, muito melhor do que imaginei que fosse. Entramos nos eixos e nos encaixamos à nova rotina. Oito passos e quinze degraus nos separam da casa em obra e parece que vivemos num quitinete de veraneio, super lotado, sempre sujo de areia, só que aqui não é de praia. Nós quatro e uma gata, que às vezes pensa que é cachorro ou a caçula da casa. Nunca imaginei uma gata tão interativa quanto a nossa. Sempre buscando companhia, fazendo charme e chamego, implicando com as meninas, fazendo queixa, puxando conversa, carinho e brincadeira. Gostei dessa gata!

Gostei do banho também. Como é bom tomar banho num banheiro novinho! Mas, ainda não me adaptei à cozinha. Embora ela esteja uma graça. Aliás, o cafofo todo está bem bonitinho. Demos uma pequena reforma nele antes de nos mudarmos, na tentativa de minimizar o transtorno que é estar fora de casa. Nessa reforma, trocamos encanamentos e caixa d'água, o marido encarou a pintura e eu cuidei "dos enfeites" e da quase mágica de fazer o necessário de todos caber no cubículo. Difícil foi negociar o que era necessário. Teve gente querendo trazer mala de livros e mala de lápis de cor... e trouxe... e coube!

Apresento-lhes o meu novo pardieiro ou pardieiro temporário, e espero que a vontade de cozinhar volte logo, porque eu mesma já enjoei dessa comida de acampamento.

Ela era assim:

E ficou assim:

Ganhou um fogão novo, bem baratinho! E um botijão que vestiu roupa de baiana!

E trouxe meu radiozito tunado, companheiro de muitos anos... um hábito que herdei do meu pai :)

E trouxe o circo pra completar a palhaçada!

A falsidade das flores:


E a beleza dos cactus de verdade:

São tempos bicudos, mas rola um café com biscoito.

E uma gata folgada ronronando no tapete.


E se a luz estiver acesa, pode chamar que eu estou em casa! 

A dona deste pequeno pardieiro está numa boa, mas confessa à todos que não nasceu para viver em lugares apertados. Pois, embora a moça seja diminuta, ela é muito espalhada e espaçosa! Por isso, é muito bom que o tempo continue apressado, pois ela conta os dias nos dedos para se mudar novamente e estrear sua cozinha de verdade! Enquanto isso, seguimos mantendo a calma e brincando de casinha, imaginando que estamos de férias e aquela areia que ela varre toda hora é a mesma que não nos aborrece na praia.










Comentários

  1. Ah ! Tá tudo muito bem ajeitado e bonito e por favor leve todos estes enfeites bonitos para a casa de verdade quando estiver pronto! Um mimo! Amei!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Comida de acampamento - parte 2: carne moída

O céu de outono é sempre o mais bonito a qualquer hora do dia. E assim, parada no meio do quintal, eu tenho a visão ampla e privilegiada de um enorme céu azul sobre minha cabeça. De um lado, a casa que vai sendo transformada lentamente, tanto pela quantidade de coisas que precisam ser feitas, tanto pela morosidade e falta de compromisso daqueles que se intitulam "profissionais". Do outro lado, a edícula mínima onde vivemos nestes últimos seis meses. Sim, já se passaram seis meses... O céu, azul claro ou escuro, cinza ou todo branquinho, me conforta.  Eu tinha preguiça de iniciar a reforma da casa, pois sabia que o tempo seria muito maior do que o previsto, mas me preparei para viver de forma mínima durante o tempo que fosse necessário. E assim tem sido. Não sei se minha família estava preparada para isso, não sei que expectativas criaram, mas tento fazer com que este tempo, tão difícil na vida da gente, seja aproveitado da melhor maneira possível. Esse momento ficará par

"Não se apressa a arte!"

Não, esse não foi meu almoço, mas bem que poderia ter sido... de novo! Afinal, um domingo assim, frio e chuvoso como o de hoje pede um prato substancioso e quente, desses que a gente encara sem nenhum constrangimento! Fazia muitos anos que não preparava um panelão de dobradinha. Dá trabalho e não é um prato que todo mundo gosta. Da última vez as crianças não gostaram. Mas elas cresceram e dessa vez foi só alegria! Sendo assim, poderei repetir desta fina iguaria por muito mais vezes!!! Resista ao preconceito. Dobradinha é um prato delicioso! Comida boa para reunir os amigos, comer sem pressa e "apreciar a arte da boa mesa"... onde eu ouvi isso? Não lembro, mas essa foi a melhor dobradinha que preparei e fiquei me perguntando se isso se devia à maturidade... Sabe, as melhores dobradinhas que provei foram feitas por mulheres mais velhas, que carregam panelas quentes e pesadas até a mesa, dominam temperos e colheres diferentes ao mesmo tempo em bocas de fogão acesas cada

Os dias não são iguais.

Enquanto uma delas esteve a mais de oitocentos quilômetros de distância as gatinhas apareceram bagunçando a casa, mexendo com o ânimo de todos nós. Ele disse não com veemência, a outra acolheu e escolheu nomes, o cão se resignou em ter que dividir sua atenção com as intrusas. A cadela curiosa espichou o olho e o faro para dentro de casa esperando a oportunidade de fazer amizade com as visitas. A gata caçula da casa se enfureceu e buscou abrigo no jardim onde batia um solzinho, além de rosnar e eriçar os pelos dispensou seu cantinho predileto, a cama daquela que viajou. A outra gata fez que não se importou, mas enquanto durou a hospedagem evitou qualquer tipo de contato comigo, estava de mal. Duas semanas se passaram e num sábado a gatinha branca de manchas pretas partiu para seu novo lar. No domingo foi a vez da gatinha cinza ir embora com sua dona definitiva e a tensão entre os bichos se dissolveu! Pronto! Portas e janelas puderam ser abertas sem o cuidado daqueles dias em que ga