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Mostrando postagens de 2016

Micro manual das pequenas comemorações

Sei que já tem gente cronometrando o tempo para se ver livre deste ano. Foi difícil. Dramático. Doloroso. Por outro lado, tenho certeza que cada um de nós viveu um momento único, mágico, conquistou algo precioso, fruto das batalhas diárias e de muita dedicação. É nisso que temos que focar e é isso que vamos comemorar! Eu não sou de festas, dessas que precisa comprar roupa nova, convites formais e pessoas desconhecidas. Não que não goste de ser convidada, veja bem, não é isso. Um festão de vez em quando pode ser bem divertido. Mas, organizar uma festa assim não é pra mim. Não tenho esse talento. O que eu gosto é de poder conversar com todos, rir alto e ficar descalça se quiser. Quando as meninas eram criança fazíamos tudo em casa: doces, bolo, alguns salgados e a decoração. Encomendávamos o que não dávamos conta, chamávamos os amigos mais próximos e cantávamos parabéns na maior animação. Elas cresceram e outras formas de comemorar deram lugar às festinhas. Uma pizza com amigos,

Mudança de hábito

Eu não quero comer pelo de rato. Eu não quero mais acidulante, corante, flavorizante e todo e qualquer avanço químico que me deixe cada vez mais distante do sabor real dos alimentos, que me deixe doente. É difícil. Mais difícil ainda quando não se pretende, nem se pode mudar assim de solavanco, tão depressa. Eu não sou orgânica, integral nem glúten free. Deixa eu continuar encantada com o papel laminado e colorido dos cubos mágicos, deixa eu acreditar que existe mesmo muito amor dentro daqueles sachezinhos... me deixa comer um cachorro quente numa sexta à noite sem ficar matutando o que tem naquela salsicha. Deixa eu ceder aos apelos das meninas e comprar cupnuddles, aquele miojo que vem dentro de um copo e tem gosto de ração. Deixa eu tomar uma coca-cola gelada ou tomar uma cerveja bem vagabunda feita de milho. Deixa eu me envenenar quando quiser, que eu tenho feito cada vez menos tudo isso e não vou olhar de soslaio quem virou a chave de vez ou quem ainda nem se deu conta que àque

O segredo do tempero da Dona do Pardieiro

O que diria o chef Claude se soubesse que eu bato a cebola no mixer e transformo em pasta? Será que tá errado? Desconfio que sim. Especialmente depois que descobri que a cebola deve ser fatiada delicadamente e não picotada freneticamente como eu fazia. Achava que estava dominando com destreza as ferramentas da cozinha. Sei de nada... Mas, voltando às cebolas, elas assim, em pasta batida com alhos e outros temperos fica tão bom e melhor ainda... tão prático! Há muitos anos faço essa pasta de alho, cebola e óleo que uso para temperar toda a comida. Normalmente uso 4 cabeças de alho, 2 cebolas médias e óleo de soja. Essa medida rende um pote grande, desses de palmito, que dura mais de um mês na geladeira, nunca estragou e é a base da maioria dos meus pratos. Quando tenho salsinha, divido as porções e numa delas misturo o tempero. Mas, dia desses me deixei dominar por uma promoção relâmpago e voltei do mercado com mais de dez cabeças de alho. Quando cheguei em casa me dei conta de que

Invencionices

O mais legal da cozinha é poder fazer do seu jeito. E até que me digam que estou fazendo errado, vou repetindo. Mas, como pessoa obediente que sou, basta uma correção para deixar de lado aquilo que fazia por pura intuição ou falta de conhecimento. Foi assim com as cebolas... eu as picava do mesmo jeito que um menino no programa do Claude, mas bastou o chef explicar que não era assim que se fazia, pois alterava o sabor das cebolas que nunca mais o fiz, embora continue tentada a saltitar a faca e deixar a cebola miudinha. Então, enquanto ninguém aparecer por aqui para me chamar atenção, vou espalhando minhas invencionices. Eu gostei da que fiz hoje. Foi testada e aprovada pela família. Um bom começo. Fato é que já havia me decidido pela linguiça toscana e a couve-flor que seria simplesmente cozida e temperada para servir no almoço, mas faltava algo mais e não queria fazer a couve-flor gratinada ou num suflê, queria algo tão simples quanto à ideia inicial. Logo me veio a receita

Quase fracassei no fricassê

Depois deste título infame, prometo ser breve! Tudo começou quando abri a lata de leite condensado, crente que era creme de leite. Depois de temperar, cozinhar e desfiar o frango, depois que a lata de milho já estava no lixo, depois de já ter saído pra comprar muçarela... Naquele quase, o tempo parou e impediu a tragédia. Rompido o lacre percebi o erro e me dei conta de que aquela última lata na dispensa não era a que eu queria... Parar uma receita no meio do caminho é... chato pra caramba! (Leia-se uma frase bem deselegante no lugar desta...) Mas a solução foi rápida: amido de milho! Isso! Medi 150ml de leite, mais 150ml do caldo de frango e bati com uma colher de sopa de maisena. Pronto! Ficou delícia! Existem milhares de receitas de Fricassê de Frango na internet e todas levam creme de leite. Mas, te garanto que não fez falta. O mais legal da cozinha é poder improvisar, arriscar e provar!  A receita é assim: 2 peitos de frango temperados, cozidos e d

Hoje eu vou defenestrar você.

O caldo entornou, sujou fogão, chão , cho entornou, sujou fogç , panelas, queimou a mão e o dedo do pé. Fogo alto que num instante levantou fervura e se perdeu. Veio um cheiro acre, talhado, perdeu-se tudo. O destino é lixo. Tudo engano que minha tolice só percebeu depois de tantos que já sabiam que aquilo não passava de propaganda enganosa. Produto com defeito de fábrica, desses que decorrem de um aborto mal sucedido, feito com restos de terceira linha. Vendia felicidade, conjugando beleza, harmonia e espírito livre. Mas, nas suas engrenagens havia um líquido pegajoso que parecia toxina botulínica misturado com ferrugem. Acho que era veneno. Já lhe amei. Já lhe admirei. Já lhe fui grata. Hoje, somente  o desprezo. Não quero nada na minha vida com prazo de validade vencida. Me feri nas pontas soltas que não vinham descritas na embalagem do produto. Mas também fiz questão de amassar cada uma delas, já que não serviam para nada, além de machucar. Na emb