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Micro manual das pequenas comemorações

Sei que já tem gente cronometrando o tempo para se ver livre deste ano. Foi difícil. Dramático. Doloroso. Por outro lado, tenho certeza que cada um de nós viveu um momento único, mágico, conquistou algo precioso, fruto das batalhas diárias e de muita dedicação. É nisso que temos que focar e é isso que vamos comemorar!

Eu não sou de festas, dessas que precisa comprar roupa nova, convites formais e pessoas desconhecidas. Não que não goste de ser convidada, veja bem, não é isso. Um festão de vez em quando pode ser bem divertido. Mas, organizar uma festa assim não é pra mim. Não tenho esse talento. O que eu gosto é de poder conversar com todos, rir alto e ficar descalça se quiser.

Quando as meninas eram criança fazíamos tudo em casa: doces, bolo, alguns salgados e a decoração. Encomendávamos o que não dávamos conta, chamávamos os amigos mais próximos e cantávamos parabéns na maior animação. Elas cresceram e outras formas de comemorar deram lugar às festinhas. Uma pizza com amigos, uma viagem com a família, uma viagem sozinha, um cinema com a galera, um jantar no restaurante predileto... 

É bom, prático e não dá trabalho. Porque, verdade seja dita, não importa o quão minúscula será sua festa, se for em casa, dará trabalho!

Para evitar contratempos e qualquer aborrecimento que possa fazer o sentido da festa desaparecer, limite o número de convidados ao número de cadeiras que se tem em casa. É um bom começo pra se pensar micro. Confesso que estou com pouquíssimas cadeiras em casa, mas tá valendo até catar aquelas giratórias que a gente costuma usar no escritório. Tenha flores de quintal pra decorar o ambiente, garrafas vazias para fazer de jarro e música alegre pra balançar o esqueleto. As flores também podem ser catadas pelo caminho, nas calçadas, nas ruas, nos vizinhos... Mas por favor, peça! Nada de sair por aí arrancando florzinha dos outros! Supermercados ajudam resolver não só as comidas e bebidas, como também florzinhas e descartáveis (ainda não consegui me livrar deles... nem dos descartáveis nem dos supermercados...) Comidas e bebidas fáceis de servir, que fiquem à mão de todos os convidados pra que você possa se divertir junto com eles, por mais que difícil que pareça.

Escolha um ou alguns pratos que você mesmo possa preparar... Odeia cozinha?! Ah, vai! Enrolar brigadeiros pode ser divertido. O cheiro doce contagia mesmo os que detestam esquentar umbigo no fogão. Será seu toque, um carinho, uma maneira de dizer, assim sem palavras, que todos são bem vindos.

Divirta-se, mesmo quando a bebida derramar no seu tapete, mesmo se alguém quebrar um copo e se ferir. Não faça drama, não reclame ou lamente. Apazigue pequenos desentendimentos.  E não poste foto da festa dizendo que não vê hora de tudo acabar... ué, se for assim pra quê começar?

Aliás, no quesito fotos postadas em redes sociais é sempre bom ter cautela. Se a festa é pequena, pode magoar quem ficou de fora. Também pode chatear quem teve a foto postada. Nem todo mundo gosta. Se for filho adolescente então, pode render uma crise. "Ah, mas a festa é minha", você vai dizer. Mas essa questão de imagem em rede social é um pouco mais complexa. Pra simplificar, sempre pergunte se pode postar, mesmo que seja pro seu filho. Custa nada, né!

Eu não sei se sou boa anfitriã, eu não sei se sei fazer festas. Mas, nascida em virgo com ascendente em touro e a lua em câncer, admito que adoro organizar e planejar encontros que envolvam comida e diversão dentro da minha casa. O que posso garantir é que nas duas últimas comemorações, mesmo com pequenos contratempos, eu fiquei muito feliz!

Logo mais tem outra! E que ela traga a alegria de encerrar o ano e muita esperança pra começar outro que taí, novinho pra gente se reinventar!

Feliz Ano Novo!






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