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O vírus do amor.

E pra fechar o segundo bimestre do ano na mesma sintonia que vibrou desde seu início, só faltava eu ficar doente. Fiquei! Uma febre chata, insistente, que me moeu os ossos, doeu a cabeça e me derrubou por cinco longos dias. Fazia tempo que não ficava assim. E assim como chegou, sem nenhum aviso prévio, a tal febre diagnosticada obviamente como uma virose, foi embora sem deixar rastro.

Nesses dias em que me levantei para fazer o supra necessário, e isso era quase nada, pude observar  com mais atenção a movimentação do meu marido pela casa. Constatei o porquê de um casamento longevo e me peguei apaixonada. Eu não vou encher vocês com todas as razões e sentimentos que me fazem estar com ele. Dividimos a responsabilidade de criar nossas filhas, nossa casa, cuidar do afeto, do amor e da amizade. E nem pense que é perfeito como pode parecer. Dá muito trabalho para ambos, exige muito desapego!

O que me encanta nesse cara é saber o quanto estamos sintonizados com a nossa família. Disso, eu já sabia, não precisava ficar doente pra descobrir. Mas, poder observá-lo "de fora" me fez suspirar de encantamento. Durante esses dias ele fez o habitual, perguntou se precisava comprar algo, saiu do trabalho num dia de chuva e buscou a caçula na casa da amiga, assistiu Arquivo X com a mais velha no fim do dia. No fim de semana cuidou do quintal, aparou a cerca viva, ajudou na limpeza da casa e como eu estava bem ruim, providenciou o almoço, o lanche do fim de semana, foi ao mercado comprar frutas e legumes, lavou a louça, fez um bolo de banana no fim da tarde e um cuscuz maravilhoso no café da manhã!


E eu ali só olhando. Admirando esse cara que trabalha pra caramba, facilmente mais de dez horas por dia, todo santo dia, muitas vezes também nos fins de semana. Um cara que está num momento bem estressante no trabalho e também em casa, já que é ele o grande organizador da nossa reforma. Um cara muito exigente, especialmente consigo mesmo e que mesmo nos momentos bem difíceis, naqueles que vou desabar, ele me segura, me põe no eixo e me faz ter certeza de que sempre vai melhorar.... uau, eu sou muito sortuda!

Por isso, não podia deixar de falar dele. Especialmente porque ele fez cuscuz! Pode gargalhar porque foi por causa do cuscuz que eu pensei nisso tudo!

E me lembrei de um cuscuz paulista que eu fiz e tinha guardado o post pra falar da Ofélia e sua maravilhosa cozinha! Mas a Ofélia vocês conheceram e se não tiveram a chance é só procurar no youtube. Mas, meu marido vocês não vão achar dando mole por aí não. E por isso eu precisava falar dele. E preciso confessar também que esse cuscuz nordestino é sua especialidade, nem adianta pedir a receita que eu não sei. 

Se você quiser uma receita de cuscuz paulista eu te dou agora! E essa é da Ofélia com algumas intervenções minhas, que sou assim meio abelhuda e outro dia eu falo dela, enquanto isso vai dando um google! E anota a receita que diz assim:
1/2 quilo de camarão limpo, pimentões de todas as cores, ovo cozido, ervilhas, palmitos e azeitonas. 
1/2 pacote de farinha de milho
1/2 xícara de farinha de mandioca
alho, cebola, tomate, salsinha, cebolinha e azeite pra fazer um refogado.
Neste refogado, acrescente os camarões e deixe formar um bom molho. Separe alguns camarões para decorar e misture as farinhas ao molho. Mexa até desgrudar da panela.
Unte uma forma com azeite e enfeite com os primeiros ingredientes da lista. Coloque a massa de cuscuz na forma com cuidado para não estragar a decoração. Aperte e alise bem a massa. Pronto, agora é só tomar coragem e virar a forma num prato. Não esqueça de gelar uma cerveja para acompanhar e divida com seus amores cada pedacinho dessa deliciosa iguaria!

Metade dos meus amores não curtiu muito a receita. Mas eu e ele gostamos! Não sei se pela cerveja, pelo cuscuz ou simplesmente pela companhia um do outro. Só sei que deu certo!

Comentários

  1. E vai dar certo sempre,na cozinha e fora dela,porque vocês são mesmo especiais.

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  2. Você conhece melhor do que eu os segredos de uma longa parceria! Bj :)

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